Certas vezes me dá um aguneio, como se meu coração tivesse pressa, mas não... E quando vagueio pela cidade, atrás das janelas dos autos me lembro de você. Me questiono se deveríamos nos ver ou se o contato humano e quente provocaria resfriamento nestas cartas calorosas. É bom ser atemporal... Não ter tantas datas, tanta realidade.
Quanto é possível se comunicar sem som? Pensar em alguém que chama, atentar para as cores ímpares nas pessoas. Tudo é sintonia? Como se o mundo fosse milhares de pequenas frequências comunicacionais... Palavras, pequenas e grandes, feias e incríveis, navegando pelo mar dialógico, atravessando as pessoas, símbolos e energia. Reverberamos as vibrações que lançamos. Remontam a realidade em acordos implícitos, em consensos ditatoriais.
Troca Delleuze por mim? Eu não trocaria...
Mas a questão é: para quem escrevemos? Eu escrevo para ti e lanço em ti minha vibração? Ou há mais? Considero, portanto, que há vida nas palavras, nas minhas, nas tuas, nas palavras do mundo. Compreendes?
Ser o que deve ser feito de si; árdua tarefa para os neuróticos. Na sua intensa auto vigília, ser grande é privilégio. Dentro de nossos claustros, arquejamos delírios de grandeza ou um só coração ardendo no mesmo ritmo... Assim como o daquele que escreve.
Pode ser que não suportemos chegar onde queremos, pode ser que estar incompleto sempre, arrastando -se sempre para fora das frustrações seja uma sina que se alimenta de seus restos. Uma cobra mordendo o rabo. Círculos, elipse, o mesmo ponto. E pronto.
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