Meu querido amigo,
Há tempos de se compreender as coisas, construímos com suor e palavras intanguidas, todas as certezas. Modelamos suas cores e damos vida às lembranças, deixamos que elas ordenem. Mas segue sempre a atribulação. As mulheres precisam ser cíclicas, elas são o ponto de intercecção entre a vida e a morte. O parto.
Você entende, eu acredito, meus motivos para não ter parido. Às vezes eu não entendo muito bem... Nunca quis me prender, até que algo se rompeu. E eu estou flutuando na história.
Não me diga que achou que eu estabeleceria padrão?
Hoje eu fui pro mar e decidi não morrer; mas arder. Deixei no silício, o silêncio. Com os pés bem cravados na areia, constatei o sal e o sol deste dia "cinzazul". Que mais importa, além do que, àvidos, constatamos vivos? Fui afogar minhas pragas, enterrar na sílica o cilício de meus segredos.
Tentei escrever uma música. Mas sempre perco o passo, fica tudo entruncado. Não sou Arnaldo Antunes, então... Fico feliz de te escrever, dançamos assim.
Dica desta carta: A excêntrica família de Antonia.
Um enorme beijo!
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