Quero que me desculpe pela demora da resposta. Ando trabalhando tempo demais... Mas até que acredito que isso me faz bem, um pouco de alienação me ajuda a estar viva. Lucidez demais pode deixar alguém louco. Mas cá estou, sentada, cansada, estanque, diante do papel e da minha sala vazia. Vazios todos nós, só não a folha que escrevo. Ainda pensei em mandar te uma folha vazia, mas será que me entenderia? Não sei... Tanta demora em responder e te mandar somente um aborto, uma folha lisa, clara e sozinha, sem letras, nem desenhos! Absurdo! Então, animei me, em consideração a ti.
Olhe, percebo o romantismo de se ler à lamparina, mas descarto isso pra mim. Já tenho problemas sérios demais para ainda querer uma visão comprometida. Preciso de eletricidade, meu caro! Sem ela, nada funciona! Nem eu... Contudo, percebo todo essa sensação de vida poética, romântica talvez. Desde a simplicidade das pessoas até as mãos "trabalhadoras". Por que quer abandonar também o trabalho racional, apegando se assim à vida mais da ordem dos sentidos? É como se constatasse que as mãos são mais transformadoras do que as idéias, ideologias. Não faz sentido... Ou faz, eu que não o alcanço.
Sonhei contigo. Mas não quero contar o que foi, mas preciso por que você iria mesmo tentar me convencer a fazer isso. Poupo nosso trabalho. Estávamos em um lugar azul e éramos tão alvos, impressionante! Tínhamos um brilho perolado, brilho de coisas noturnas. Tantos tons de azul montavam as coisas, incertas e plásticas. Moviam se como se fossem fluidas, montando um rastro de nossos movimentos. Até que nos olhamos e vimos, estávamos num quadro, éramos anjos pintados numa tela azul. Do centro de nós começa a brotar tinha vermelha, borrando tudo, trazendo o roxo, o lilás e o vermelho vivo (ou morto). Chorávamos em silêncio, meu amigo. Tanta falta tu me faz. Depois do sonho entendi por que somos tão ligados, morremos do mesmo mal.
Estou numa fase...Como direi? Faltam termos pra ser específica, exata... Pra ir ao ponto preciso da questão... Mas... Creio que seja, assim como as reticências... Uma fase de pausa... Falta algo... Um ponto final, talvez.
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